24 de maio de 2022
Se você é alergico a camarão e frutos do mar não está sozinho. Leia mais nesse post e tire suas dúvidas.

Muitas pessoas descobrem que têm alergia aos frutos-do-mar quando consomem algum prato com camarão, lagosta ou marisco, por exemplo. Essa situação é muito incômoda e precisa ser tratada com rapidez para evitar maiores riscos à saúde.
Por vezes, só de ter contato com o vapor do alimento sendo cozido já é o suficiente para a pessoa manifestar uma alergia de camarão, lagosta, etc. Essa situação é cada vez mais comum, principalmente quando a pessoa está de férias com a família em outro Estado ou na casa de parentes.
Sem saber que ela tem alergia, as pessoas à sua volta tentam ajudar, mas sem o tratamento correto a alergia aos frutos-do-mar é grave e evolui rapidamente. Daí a importância de se autoconhecer e entender como o corpo funciona.
Saiba como identificar a alergia aos frutos-do-mar e os tratamentos recomendados aqui, neste artigo.
Tipos de frutos-do-mar e as proteínas alérgenas
Existem duas categorias básicas de frutos-do-mar: os crustáceos e os moluscos. A primeira categoria inclui os camarões, as lagostas e os caranguejos. A segunda inclui as lulas, mexilhões, polvos e ostras.
É importante fazer essa distinção porque quando uma pessoa é alérgica a algum desses frutos-do-mar, o médico precisa identificar qual é a substância causadora de alergia para conduzir o tratamento correto.
O que geralmente causa alergia aos frutos-do-mar é a tropomiosina, uma proteína encontrada no músculo dessas criaturas e que mesmo após cozida, a carne não perde essa proteína.
Além da tropomiosina, a miosina e a arginina também são proteínas dos frutos-do-mar que causam alergia.
Os pratos feitos com os frutos-do-mar são deliciosos, mas para quem tem alergia eles são proibidos. Não é a mesma coisa quando uma pessoa tem alergia de ovo ou leite, que manifesta a alergia na infância e à medida que cresce ela passa. Infelizmente o consumo do camarão, da lagosta ou da lula devem ser evitados pelo resto da vida.
Sintomas da alergia aos frutos-do-mar
A alergia aos frutos-do-mar se manifesta rapidamente, cerca de minutos após a pessoa ingerir os alimentos. O corpo, por desconhecer a proteína ingerida libera anticorpos para combater o “invasor” com a histamina, razão pela qual o paciente começa a inchar e a coçar várias partes do corpo. Os principais sintomas são:
- Coceira pelo corpo, vergões na pele
- Inchaço da região que coça, bem como nos lábios, rosto, garganta e língua
- Dor abdominal seguida de náuseas ou vômitos
- Tontura, dificuldade para respirar
- Desmaios
- Choque anafilático, quando a crise de alergia evolui para um caso mais grave
No quadro anafilático o paciente sente a garganta inchada, o que dificulta a passagem de ar e com isso ele não consegue respirar normalmente. A pressão arterial pode cair e ocorrer até mesmo uma parada cardíaca.
Medicamentos usados para tratar a alergia aos frutos-do-mar
Isso depende da gravidade da reação alérgica, mas no geral, são usados medicamentos capazes de diminuir a ação da histamina no corpo, bem como as proteínas dos frutos-do-mar que estão dificultando a respiração do paciente. Os mais usados pelos profissionais de saúde são:
- Corticoides (diminuem o inchaço do corpo)
- Broncodilatadores (para tratar a falta de ar e dificuldade para respirar, evitando que as vias aéreas se fechem durante o episódio alérgico)
- Adrenalina
- Antialérgicos (Fexofenadina, Desloratadina, Levocetirizina, Bilastina)
Nas reações alérgicas mais leves, é possível tratar com antialérgicos. Para quem é alérgico grave aos frutos-do-mar, o médico pode receitar o dispositivo de auto aplicação de adrenalina (caneta EpiPen).
Ele é fácil de ser administrado pelo paciente, principalmente em situações graves de alergia, em lugares onde a ajuda médica está longe ou demorada. Todo cuidado é pouco quando se trata de alergias graves.
A pessoa já nasce com alergia a camarão?
Não. Ela se desenvolve na vida adulta, ou seja, ao comer um fruto-do-mar. Geralmente, uma pessoa que já tem alguma alergia como rinite e asma é mais propensa a ser intolerante à ingestão de camarão, lagosta, caranguejo, etc.
As crianças com outras alergias, como asma, bronquite ou
rinite precisam evitar comer frutos-do-mar? A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que elas façam a ingestão dos alimentos do seu núcleo familiar.
Tenho alergia a camarão, posso comer lagosta?
Não, já que a lagosta é um crustáceo, assim como o camarão. Ambos possuem a proteína tropomiosina, sendo a causadora da alergia. Os mexilhões, as ostras e as vieiras causam menos alergias. Para ter certeza, é importante fazer um teste.
Os alérgicos aos frutos-do-mar também possuem alergia ao iodo?
Não. Essa é uma dúvida comum, já que os frutos-do-mar contém iodo. Alguns exames solicitam o contraste, que também têm iodo e muitas pessoas têm receio de manifestar alguma alergia.
Mas, a alergia ao camarão ou lagosta não significa que a pessoa seja alérgica ao iodo. Ela pode fazer um exame com contraste de iodo? A resposta é sim.
Posso me curar da alergia aos frutos-do-mar?
Não. Infelizmente a alergia aos frutos-do-mar é persistente e para a vida toda. A pessoa pode sim, ter uma vida normal, mas cuidando da alimentação ao máximo para evitar que uma crise alérgica se manifeste de forma repentina.
Como confirmar o diagnóstico de alergia aos frutos-do-mar?
Mesmo que a pessoa apresente queixas dos sintomas da alergia aos frutos-do-mar, não é 100% certo se ela tem mesmo essa intolerância alimentar. Afinal, muitos alimentos podem causar intoxicação e confundir o diagnóstico.
O mais seguro é realizar um teste
(Prick Test) onde várias substâncias são aplicadas na pele para saber se a pessoa tem alergia a alguma delas. Caso tenha, a pele apresenta um pequeno inchaço no local onde foi aplicada a amostra.
Além desse teste, um exame de sangue detalhado também mostra se os anticorpos IgE específicos estão alterados. Confirmado o diagnóstico de alergia aos frutos-do-mar, a pessoa precisa evitar ingerir esses alimentos, principalmente quando estiver em viagens ou comendo fora de casa.
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