Alergia a Gato e seus sintomas

O que causa alergia a gato

A alergia a gato nos seres humanos é causada por 8 proteínas alergênicas (alérgenos) que são secretadas, principalmente, pelas glândulas sebáceas do animal. 

O mais importante deles, responsável por 96% dos casos de alergia a gato é o Fel d 1, encontrado na pele e também no pelo dos gatos.

Os sintomas da alergia a gato

Os sintomas da alergia a gato são bastante característicos. Eles acontecem porque, quando em contato com o alérgeno, o sistema imunológico da pessoa alérgica ativa as reações, que podem acarretar os seguintes sintomas:

Sintomas de rinite

Alguns dos sintomas característicos da alergia a gato são idênticos aos sintomas da rinite alérgica. Conheça os principais.



• Coceira no nariz
  
  
• Obstrução nasal
  
  
• Espirros
  
  
• coriza (secreção clara do nariz)
  
  
• Coceira na garganta, céu da boca e ouvidos

Sintomas de conjuntivite

Os sintomas de conjuntivite alérgica também estão presentes em quem possui alergia a gato. Geralmente aparecem em conjunto com os sintomas de rinite. Conheça os sintomas de conjuntivite relacionados à alergia a gato.



• Coceira nos olhos
  
  
• Vermelhidão nos olhos
  
  
• Lacrimejamento
  
  
• Olhos inchados
  

Sintomas de urticária e dermatite

Outros sintomas bastante comuns em quem tem alergia a gato são sentidos na pele, como sintomas de urticária e dermatite. São eles:



• Placas vermelhas na pele e inchaços
  
  
• Coceira na pele

Sintomas de broncoespasmo e asma

Os casos mais graves de alergia a gato podem desencadear sintomas de broncoespasmo (dificuldade de respirar) e asma, e são eles:



• Falta de ar
  
  
• Tosse
  
  
• Chiado no peito
  
  
• Dor/pressão no peito

Porque só algumas pessoas têm alergia a gato?

Algumas pessoas têm alergia a gato e outras não porque o componente genético das pessoas alérgicas aumenta a chance do desenvolvimento de diversas alergias ao longo da vida, não só ao gato. Por exemplo, se o pai ou a mãe for alérgico, tiver asma, rinite, dermatite ou conjuntivite alérgica, a chance do filho desenvolver alergias é de 50%. Se os dois pais têm alergia, a chance aumenta ainda mais, chegando aos 70%

E a alergia pode ser extremamente variada. As mais comuns, pelo menos no Brasil, são os ácaros presentes na poeira doméstica. Em seguida a alergia a gato e a cachorro.

Já é sabido que nenhuma raça específica de gatos está salva de acarretar alergia, já que todos eles produzem o principal alérgeno, Fel d 1, e todos os demais alérgenos causadores das crises. O tamanho do pelo, sexo e raça do gato não interferem na intensidade das crises. O único fator que interfere é a quantidade. Quando há mais de um gato na casa, a chance das crises aumenta ainda mais devido ao aumento da concentração dos alérgenos no ambiente.

É comum que os alérgicos tenham crises de alergia mesmo quando os bichanos são retirados do local. Isso acontece porque os alérgenos do gato são formados por partículas minúsculas, que podem ficar em suspensão no ar por várias horas.

Como saber se tenho alergia a gato?

A pessoa que tem alergia a gato pode sentir os sintomas como coceira no nariz, olhos e garganta, nariz entupido, vermelhidão e coceira pela pele, que são pistas importantes. Entretanto, o diagnóstico preciso é dado com os testes alérgicos prick test (teste cutâneo imediato) ou exame de sangue.

O prick test pode detectar alergia a gato. É rápido, com resultado em cerca de 15 minutos, e indolor. Pode ser feito no consultório pelo médico alergista e é extremamente preciso.

Neste exame, são aplicadas gotas de alérgenos diversos no antebraço do paciente, como ácaros, fungos, pelos de gato e cães. Após algum tempo acontece uma reação alérgica leve no local onde foi aplicada a gotícula a qual o paciente tem alergia.

O exame de sangue também é um exame eficaz para diagnosticar alergia a gato. É solicitada a IgE específica para gato. Pode ser feito em qualquer laboratório e o resultado costuma sair em poucos dias. 

Unindo os sintomas descritos pelo paciente e a confirmação por um dos exames, está feito o diagnóstico de alergia a gato.

Como tratar a alergia a gato?

A alergia a gato tem tratamento e tem cura! Existem três principais tipos de tratamento, que envolvem o controle do ambiente, tratamento medicamentoso e também comportamental. Conheça as principais formas de tratar a alergia a gato.

Evitar o contato

Evitar o contato com gatos é a melhor alternativa para não desencadear crises de alergia em quem não tem o animal de estimação. Se esse é o caso, não adote um gato e evite ambientes onde eles estão.

Caso você já tenha um gato, seguir algumas estratégias pode te ajudar:

Delimitar o espaço

Quem tem um gato em casa deve delimitar os espaços onde o bichano pode circular, restringindo sua permanência apenas a alguns cômodos e mantenha-o fora do seu quarto. Algumas partículas do alérgeno podem entrar nos ambientes onde o  gato não circula, porém em menor quantidade, fazendo com que as crises sejam menos intensas.

Evitar contato direto

Beijar ou acariciar o gato são atitudes comuns para quem tem o bichinho de estimação, porém o alérgico deve evitar beijar o gato ou fazer carícias. Caso fizer, lave as mãos, olhos e nariz imediatamente após o contato.

Filtros

Esterilizadores e filtros de ar com filtro tipo HEPA também ajudam a diminuir os alérgenos no ar. O filtro HEPA também é recomendado para o aspirador de pó.

Higiene

Use o aspirador de pó com frequência, mantenha os móveis e pisos limpos com pano úmido. 

Higiene do gato

Dê banhos semanais no gato para diminuir a quantidade de alérgenos nos pelos. Se possível, peça para que alguém escove e descarte os pêlos removidos com frequência. 

Tratamento medicamentoso

Alguns medicamentos podem ser usados no tratamento da alergia a gato. Cada um atua de uma forma específica, e devem ser orientados pelo médico. Conheça algumas das opções.

Antialérgicos

Atuam rapidamente no organismo, aliviando os principais sintomas como coceiras, espirros e manchas vermelhas pelo corpo. No entanto, não são eficazes para a obstrução nasal. Os antialérgicos mais modernos, de 2ª ou 3ª geração não causam sono, por isso devem ser priorizados. Alguns são: desloratadina, fexofenadina, levocetirizina e bilastina. Os antialérgicos podem ser usados em duas situações: quando você já teve contato com o gato e está com os sintomas, ou quando você souber que vai ter contato com gato, aí pode tomar o antialérgico antes mesmo para evitar os sintomas.

Corticoides nasais

Os corticoides nasais são os melhores para tratar os sintomas nasais, principalmente a obstrução. Funciona muito bem para os alérgicos que possuem um gato em casa e tem alergia constante.

Corticoides orais

Esses medicamentos são usados nas crises severas, já que possuem alguns efeitos adversos. Deve-se evitar o uso frequente, e por longos períodos, entre 7 a 10 dias, no máximo.

Soro fisiológico

É feita a lavagem nasal com soro fisiológico. Esse é um recurso extremamente importante no tratamento de rinite, apresentando melhora de 30% nos sintomas de rinite por alergia a gato, quando usado com frequência. É altamente recomendado, também, por não apresentar nenhum efeito adverso.

Antileucotrienos

Os antileucotrienos são medicamentos usados na prevenção dos sintomas de rinite, asma e conjuntivite causados por diversos alérgenos, inclusive o do gato.

Medicamentos para asma

Quando há acometimento pulmonar, o tratamento é feito com os corticoides inalatórios e broncodilatadores, que são usados para as crises de asma.

Vacina (imunoterapia)

Existe um único tratamento disponível capaz de curar a alergia a gato. Trata-se da imunoterapia, que consiste na aplicação de pequenas quantidades do alérgeno no paciente, até que ele deixe de ter a alergia ao pêlo do gato.

É um tratamento de longa duração, entre 2 a 3 anos. É feito com injeções subcutâneas, iniciando com aplicações a cada sete dias, e espaçando mais ao longo do tempo até chegar a uma aplicação por mês. A maior parte do tratamento é de uma dose mensal.

Na imunoterapia, o sistema imunológico do paciente é estimulado a se acostumar com os antígenos do gato até deixar de ter alergia.

O tratamento pode ser combinado com outros tipos de alergia. Por exemplo, se o paciente também tem alergia a cachorro ou poeira, é possível aplicar uma única dose da vacina para tratar todos os problemas.

O resultado é excelente para os sintomas de rinite, conjuntivite e asma. Infelizmente, para a alergia provocada na pele não tem um resultado tão satisfatório.

Conclusão

Vimos aqui que a alergia a gato é bastante comum, ocasionada pelos alérgenos presentes, especialmente, na pele e pelo dos gatos. Algumas pessoas desenvolvem reações alérgicas a esses alérgenos, podendo ter sintomas de rinite, conjuntivite, asma e dermatite. Para controlar a alergia, é necessária uma intervenção no ambiente, evitar o contato com o animal sempre que possível. Também existem remédios para alergia a gato, que podem ser recomendados pelo médico. Uma forma mais longa e duradoura de tratamento é com a imunoterapia, que dessensibiliza o paciente ao longo do tratamento, até que deixe de ter alergia.



E você, tem alergia a gato? Deixe a sua dúvida que responderei com prazer.